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Fê Aguiar - Ifasola

As maçãs podres do culto aos Orixás


Meu Coração Africano - autopiedade

Em uma prosa hoje, ouvi a seguinte frase: “... Ela está há 8 anos nessa igreja com esse pastor e a vida dela está a mesma coisa. Acho que ela devia procurar outra igreja...” Eu deixei, fiquei calada. Não faço estilo de pessoa que tem sempre um sermão para pregar, mas isso me deixou muito pensativa.

Você já percebeu como somos incompetentes? Terceirizamos as nossas culpas e responsabilidades sempre. Somos incapazes de olharmos para nossa vida e assumirmos que nós somos os responsáveis por quase tudo o que acontece nela? Por isso que admiro tanto os agnósticos e os ateus. Sim, eu os admiro. Eles não vivem na barra da calça e nem da saia de ninguém, encaram a vida com a lógica da ação e não se escondem atrás de frases como DEUS NO COMANDO, em que esperam sentados uma ação divina por se julgarem merecedores e fim.

Se trouxermos para o nosso mundo, vamos ouvir frases campeãs como: “Meu santo está me cobrando a obrigação de 1,3 ou 7 anos.” “Meu santo foi feito errado.” “Meu Bàbá/Ìyá não tem mão boa para ebó.” “Meu caso é muito complicado, não tem Bábáloórisà que acerte”. E isso é o suficiente para a pessoa se vitimizar e cair num poço que se tiver fundo, ela dá um jeito de cavar.

Na verdade nunca haverá uma igreja, templo ou uma roça perfeita. Padre, pastor, mãe de santo, sacerdote que dê jeito. Primeiro que por si só isso já não existe, mas se existisse, para pessoas assim não bastaria. A cura não é externa.

Dentro das igrejas, sejam católicas ou evangélicas, acredito que essa corresponsabilidade para a figura do sacerdote seja menor, mas dentro do nosso mundo isso é mais comum do que chuchu em feira.

Será mesmo que existem pessoas que procuram os Orixás na busca de um milagre ? Milagre este em que elas não precisarão fazer nenhum tipo de esforço? Penso que sim. E confesso que me afasto de pessoas que agem dessa forma, pois elas acabam por nos impregnar com tanta lamentação. Quem é que gosta de gente que não tem outro assunto a não ser falar de seus próprios problemas e lamentações? Ninguém gosta.

Mas quem são essas pessoas? Onde elas vivem? O que comem? Como se reproduzem?

Vítimas.

“Psicodeprimidas” (Nome dado às pessoas que não tem a doença, mas que se julgam deprimidas e acreditam tanto que possuem a doença que acabam de fato contraindo, pelo efeito do Ori sabotador).

Para completar as vítimas tem dois vícios: Reclamar. Fazem pouco para melhorar de vida, mas vivem reclamando de algo ou de alguém. Ingratidão. Nada que ninguém faz é o bastante, mesmo que pessoas tenham se sacrificado por ela, jamais será o suficiente.

Dentro de uma casa de culto ao Orixá os efeitos que elas causam são como o de maçãs podres. Acabam contaminando outros filhos que começam a questionar a sua própria fé e a competência do sacerdote.

Convivi com uma pessoa assim há alguns anos do nível PRO. Aja ebó, obi, orobô e galinha. Nada funcionou. A situação só piorava. Um dia escutei dela uma frase memorável: “Orixá não é para mim”. Na minha cabeça eu respondia: Não, de fato não é. Não temos departamento de milagres. Os Orixá são para pessoas que tem gana de vida, sangue no olho em viver e que querem sempre se tornar a melhor versão de si mesmas. Mas eu não disse nada, apesar do sangue ter fervido. O silêncio também é um aprendizado. Como diz uma amiga muito querida, nossas casas de axé, acabam muitas vezes sendo casas de passagem e ela foi embora.

Tenho um pouco de vergonha em assumir, mas eu também tive a parte da vítima em mim na adolescência. Sempre me policio para que este hábito não volte. Nem tudo é ação de abiku, ajogun ou acertos ancestrais.

Um dia percebi a forma do olhar que as pessoas pousavam sobre mim. Pena? Talvez. Entendi que eu associava essa conduta ao prazer. O prazer de ter a atenção dos outros ou de alguém em especial a partir da piedade. Como uma adolescente típica, eu confundi atenção com amor.

Alguns Orixás podem nos APOIAR para que consigamos vencer esse desafio tão íntimo. Ori antes de todos. Yemanjá (a consciência de nossas atitudes e a busca da força interior), Obaluaiê (a cura emocional), Ogum (a força e a garra de vencer) e Obatalá (a tranquilidade interior).

Se você se identificou em algum momento, eu conheço um ebó ótimo para melhorar de vida, que funcionou comigo:

  1. Comprometa-se a levar a vida em vez de ser levado por ela.

  2. Pare de culpar os outros e assuma as suas responsabilidades

  3. Entenda de uma vez por todas que ninguém além de você é responsável pela sua felicidade.

  4. Dê um fim às desculpas esfarrapadas quando se pegar justificando sua própria inação.

  5. Corte de vez as reclamações.

  6. Mude o ângulo que você vê a sua vida e a veja com otimismo.

Esse ebó é infalível. Se em 3 meses a sua visão de vida não for outra…. Eu te dou um dos futuros mimos com a marca do Meu Coração Africano.

Sim, é sério! Me deram essa ideia mesmo de tornar o MCA uma marca. Estou estudando quais são as necessidades que nós cultuadores temos em produtos no mercado que não são atendidas.

Estou aceitando ideias. :)

Ire O Ifasola.

Imagens: Pinterest e Tumblr -> Artistas não identificados, caso os conheça, por favor nos avise.

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