
Vou te contar uma coisa, que talvez lá dentro de você, seja bem difícil de aceitar, assim como é para mim. Estamos em constante construção e precisamos mesmo passar por tudo que está acontecendo em nossas vidas HOJE.
Quando acordei, senti um pequeno incômodo ao perceber que mais um dia me esperava e percebi que eu tinha acordado triste e desmotivada. Sentir isso logo pela manhã é péssimo. Então dei um pulo da cama e ainda em jejum, fui saudar Olorun, o Senhor do Dia de Hoje, meu Ori e todos os Orixás. Pedi forças para superar as dificuldades e que eles não permitissem que eu me desse como vencida. Não me deixar abater. Foi aí que tive um insight. Vou compartilhar com você.
Faz de conta que nós somos a terra, e que temos como objetivo sermos férteis, para que possamos deixar germinar os melhores frutos e as árvores mais fortes. Para cumprirmos esse objetivo, precisamos receber sementes. Só que antes de recebermos as sementes é preciso preparar o solo. Adubar, arar e molhar a terra, para que ela possa gerar bons frutos. Dependendo do tipo de semente que deve ser plantada, ou seja, da missão destinada a nós, pode ser que ela seja bem exigente com o solo.
Aí que está. As vezes estamos tão áridos que não temos como fornecer nutrientes a nenhuma semente. As vezes estamos tão cheio de lixo e tão intoxicados, que matamos a semente antes mesmo delas pensarem em nascer e nem percebemos. Pode ser que tenhamos sido queimados, submetidos ao fogo, e ainda estejamos em fase de transformação e recuperação. Mas a Terra a grande geradora de axé, é poderosa e tem o grande poder transformador, de renascer e se revigorar.
Se a vida nos trouxer o que pedimos, no momento em que desejamos, pode ser que não consigamos gerar uma árvore forte. O que era para ser um grande Baobá, uma árvore grande, forte e com raízes profundas, passa a ser uma árvore frágil que vai ao chão na primeira ventania.
Então, permita que Eledumare e Olojó (o Deus do Tempo, do Sol e do Dia de Hoje), façam o seu papel. Que caia a chuva mais forte, que nos lave por inteiro, que a nossa dor, que sem dúvida nenhuma é o adubo de nós mesmos, nos deixem mais fortes. Para que quando a semente, que agora posso chamar de oportunidade, chegar, nós estejamos preparados. Teremos não apenas sido preparados para nós mesmos, mas como também deixaremos como herança, a terra preta, em que tudo nasce, tudo germina e tudo dura.
Eu e você, podemos achar tolamente que estamos prontos para dias melhores agora, agora mesmo. Só que acreditamos nisso com base no passado. No sofrimento de ontem, na experiência que já tivemos. Só que esquecemos que não sabemos o que vem pela frente. Então como podemos nos julgar preparados? Precisamos confiar na sabedoria de Olorum e dos Orixás e temos que responder à altura do que está destinado a nós com glória. Por tanto, a partir de hoje, eu vou pedir aos Orixás que molhem essa terra, para que quando a minha hora exata chegar, eu esteja pronta e seja capaz de sustentar a maior, mais alta e mais forte árvore.
Ire O